Olá pessoal! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Na postagem de hoje vou continuar a romper o silêncio de como nós lúpicas nos sentimos. Em conversa com minhas amigas lúpicas esses dias falamos de diversos assuntos, mas o principal é sempre o emocional, algo que nos preocupa muito, sabemos que o lúpus pode de maneira rápida fazer com que fiquemos com dores, que tomemos bastantes remédios por um pequeno descuido do emocional, isso nos deixa bastante preocupada, não sabemos como vamos acordar, não sabemos se vamos ter dor ou não, não sabemos como vamos reagir no namoro, no casamento, se vamos ter filhos, assuntos simples de lidar para qualquer mulher. E quando estamos namorando e nosso namorando não nos entende?! É simples, começamos a ter dores, começa em um joelho, depois no outro, depois nos braços e já foi, ficamos de cama, como é complicado. E se terminamos o namoro?! Vamos ficar sozinhas?! Será que alguém vai querer namorar uma lúpica?! Uma mulher que tem sua vida totalmente limitada?! Que constantemente tem que ir pra médicos, pra hospitais?! Vamos atrapalhar a vida de alguém?! Impedir de viver como jovem curtindo a vida?! Essas duvidas e perguntas são constantes na nossa cabeça. Muitas vezes somos fortes, sabemos como lidar com o nosso emocional, mas tem situações que somos frágeis, ficamos abatidas e tristes, confusas, sem saber como agir, e essa mudança de comportamento vem rápido, não somos bipolar, apenas passa milhões de sentimentos em nossas cabeças. E vamos ter filhos?! Se tivermos filhos, vamos conseguir amamentá-los?! Vamos conseguir segurar no colo?! E durante a gravidez, vamos ficar em casa de cama ou teremos uma gravidez normal?! São questionamentos, não é ansiedade, são medos, são receios. E quando casarmos, vamos conseguir arrumar a casa?! Vamos conseguir suprir as necessidades do nosso marido?! E será que ele vai compreender nossas limitações?! E se tivermos uma crise e ele nos largar?! São perguntas que não tem fim. Queremos ter uma vida normal, mesmo quando estivermos em crise do lúpus, queremos ter um companheiro, casar, ter filhos, vivermos felizes como todos tentam ser. E a cura do lúpus, será que vamos estar viva para receber essa cura?! E quando o lúpus será uma doença comum como todas as outras ?! Quando as pessoas vão respeitar nosso limites?! Quando será reconhecido o dia 10 de maio como o dia de atenção a paciente com lúpus?! Quando o lúpus vai constar na relação de doenças na pesquisa do IBGE?! Quando conseguiremos o centro de referência para os lúpicos?! Quando conseguiremos estar na lista de doenças para se aposentar?! Quando estará na lista de doenças do passe livre?! Temos direito a tudo isso, é uma doença grave e fatal, deve ser reconhecida, merece atenção e respeito, queremos que todos conheçam o que é, o que sentimos e como levamos a vida. Assim como o diabético, que todos sabem que não vivem sem insulina, que não pode comer açúcar, e que se tiver uma hipoglicemia pode não resistir, isso aprendemos desde criança, é isso que queremos, que todos saibam o que é lúpus e a gravidade da doença em todos os sentidos. Vamos continuar na luta, confortando umas as outras! Aguardo sugestões para a próxima postagem! Obrigada!
Na Bahia existe a LOBA (Lúpicos Organizado da Bahia), lá conseguimos receber atenção e acolhimento necessário para encarar a doença.