Era setembro de 2004, estava saindo de uma consulta medica, indo para casa em um sábado ás 12horas, com a minha mãe e minha irmã caçula que é 1 anos mais nova que eu, estávamos no ponto de ônibus na Garibaldi em Salvador, próximo ao campus da UFBA, tinha mais 5 mulheres no ponto, quando apareceu um homem, sem camisa, com um saco de linho nas costa, parecendo um morador de rua, descalço, e com uma garrafa de vidro quebrada (caco de vidro), colocou no pescoço de minha mãe e mandou passar a bolsa, duas mulheres que estavam no ponto entraram no táxi rapidamente, as outras 3 se esconderam, e eu comecei a gritar, gritar muito para que ele voltasse com a bolsa de minha mãe, mas ele sai correndo, atravessou 6 pistas e nada aconteceu com ele, passou no meio de vários carros e entrou no mato. Pois bem, eu fiquei desesperada, gritava, chorava, e nada me acalmava, voltamos para o consultório, e a medica tentou me acalmar, ligou pra meu pai, e aconselhou que fôssemos registrar queixa na delegacia, e assim fizemos. Ao chegar na delegacia, o policial perguntou como aconteceu, minha mãe descreveu e eu com apenas 13 anos fiz o retrato falado do meliante, e o delegado me disse: - Por pouco você não perde sua mãe, se ele enfia esse caco de vidro no pescoço dela poderia cortar a veia que bombeia o coração. Isso foi o suficiente para eu entrar em desespero e achar que poderia perder minha mãe a qualquer momento. Ao voltar pra casa não conseguia desgrudar de minha mãe, ela não podia sair e me deixar sozinha, durante quase 1 mês dormi na cama com ela, e quando fui pro meu quarto de madrugada voltava pro quarto dela, aos poucos consegui me recuperar, mas o que não sabia é que o lúpus havia despertado dentro do meu organismo e silenciosamente se preparava para entrar em ação.
Eu sofri um trauma emocional, apenas o medo de perder a minha mãe, foi um choque tão grande que 1 ano depois o lúpus desencadeou. Na primeira crise do lúpus, como contei na primeira postagem, minha mãe não podia sair de perto de mim, eu gritava muito, chorava e ficava em desespero.
Hoje após tratamento psicológico, eu consegui me recuperar. Durante alguns anos todos os choques emocionais que tinha fazia o lúpus entrar em ação, com fortes dores e voltava a tomar as medicações. Eu tento o máximo possível trabalhar meu emocional, de forma consciente faço de tudo para ficar bem. E você lúpico, já se perguntou o que fez desencadear o seu lúpus? Aceita isso de forma consciente? Faz de tudo para manter o equilíbrio emocional? Amigos, parentes, ajudam com o emocional da pessoa amada? A aceitação e o conhecimento de como funciona o seu emocional é fundamental para ficar bem com sigo mesma.
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